Aula de DCAT III - Garcia

O dia estava bem, como dizem, "feio", o sol estava escondido, enormes nuvens carregadas cobriam Hogwarts, a qualquer segundo poderia começar a chover.

Sai do dormitório cedo até, para alguém que se atrasava para as aulas, quando cheguei na porta da sala de Defesa Contra As Artes Das Trevas, havia um aglomerado de alunos, e os resmungos deles podiam ser ouvidos desde Londres.

Quando cheguei mais perto, pude ver o que eles estavam reclamando, um aviso na porta dizia:

"Atenção todos os alunos. A aula de DCAT será na orla da floresta proibida, próximo à cabana do Hagrid. Atenciosamente, Prof. Harris"

-Que beleza, comentei com um grifino ao meu lado.

-Isso deve ser brincadeira! - disse um aluno da Lufa-Lufa. -Sair pra estudar nesse tempo?!

Logo após ele dizer isso, um trovão estrondoso ecoou por toda Hogwarts, abafando as reclamações dos alunos, e, logo em seguida, mais palavras surgiram abaixo do aviso:

"PS: tragam uma capa de chuva, pois acho que vai chover."

-Oh, jura?

Voltei emburrado para o Salão Comunal, mais isso logo passou, imaginando o feitiço que iríamos aprender.

Quinze ou vinte minutos depois, todos estavam no local onde havia sido combinado, Richard estava com uma capa verde esmeralda, com o broche da Sonserina, bem elegante.

Acenando sua varinha, um quadro surgiu na nossa frente:

Spoiler:

-Hoje vamos aprender o feitiço Protego. Alguém sabe me explicar a função deste feitiço?

Levantei a mão e respondi:

-Proteção contra outros feitiços.

-Boa resposta. Basicamente, o feitiço cria um escudo na direção onde a varinha aponta e teoricamente repele os feitiços disparados.

Dei um sorriso, satisfeito por ter acertado.

-Como assim, "teoricamente"? - perguntou Marishka, que estava ao meu lado.

O professor Harris continuou sua explicação, respondendo a garota.

-Bem, nem todos os feitiços são bloqueados por esse escudo. Porém, já se descobriu que a força de bloqueio dos ataques está relacionada com o controle da histamina. Quanto mais liberada, mais forte o escudo ficará. Mas ainda faltam muitos estudos, principalmente quando se fala das maldições imperdoáveis. Alguém gostaria de testar se funciona?

Alguns alunos se assustaram, como eu, que pensei "O que é isso, um comensal ou um professor?"

-Calma, queridos! É só uma brincadeira!! - disse ele com uma risada sem graça.

"Muito engraçado, Harris" - pensei, rindo também, enquanto isso, a chuva havia cessado.

-Impervius! - disse o professor e toda a área em sua volta ficou seca.
-Bem, vamos logo com isso, antes que vocês derretam. Para executar o feitiço, apontem para a direção de onde o ataque está vindo e digam com clareza: "Protego!" [Pronúncia: Pró-te-go!]

-E o que vai nos atacar? - perguntou um sonserino.

-Ótima pergunta. Recentemente eu consegui que a escola comprasse essa máquina trouxa. - disse ele apontando para uma caixa branco-metálica com um longo cano prateado e um painel eletrônico do lado. -Ela cospe coisas, sabe!

"Só pode ser piada" - pensei, pois já conhecia aquilo, da minha estadia no mundo trouxa.

Alguns alunos faziam caras de que não entenderam, e se entreolhavam.

-Observem - Disse Harris, percebendo a confusão.

Ele acenou a varinha e a máquina começou a vibrar. Então do cano prateado saiu um tomate voando em sua direção. Rapidamente ele ergueu a varinha:

-Protego!

O tomate explodiu na frente dele, mas nenhum pedaço o atingiu. Os restos do fruto vermelho escorriam pelo que parecia um escudo invisível.

-Todos vocês passarão por aqui. Cada um terá dez tentativas. Treinem as dez até conseguirem se defender usando o feitiço Protego. E não se preocupem com a sujeira. Depois é só tomar banho. Bem, boa sorte!

Os alunos fizeram uma fila, para treinarem o feitiço na máquina, eu fiquei relativamente na metade, e via as tentativas dos outros, rindo quando algum tomate os atingia, e ouvindo as explicações de Richard, a cada aluno que falhava, para ver se colocava em prática, na minha vez, que chegou, alguns minutos depois.

"Lá vamos nós, então" - peguei a varinha das minhas vestes, me posicionei e preparei.

Um tomate veio voando em minha direção:

-Protego - disse, após um tomate já ter me acertado, "que velocidade hein?" pensei comigo, enquantos todos riram atrás de mim, o que é inevitável com quem for acertado.

A máquina disparou mais um tomate:

-Protego! - dessa vez fui no tempo certo, mas, pronunciei errado, de acordo com Harris, e mais um tomate explodiu em mim, manchando mais ainda as minhas roupas, e rosto.

Terceira chance:

-Pró-te-go - pude ver como "funcionaria" o feitiço, pela primeira vez conseguiu sentir, mas, não foi o suficiente, o tomate foi contido, pelo menos, mas ainda não estava certo,

-Prótego
-Prótego
-Prótego

Mais tentativas em que o feitiço não havia se concretizado perfeitamente.
Faltava um algo mais, mais liberação de histamina.

A máquina disparava, sem piedade:

Olhei claramente, e disse, sentindo algo percorrer meu braço, e disse:

-PROTEGO!

Um escudo invisível bloqueou o tomate, que se espatifou ao entrar em contato com ele.

-Nada mal - elogiou-me o professor, e eu abri um sorriso com isso.

-PROTEGO!

Mais uma vez o tomate foi contido pelo meu feitiço.

Somente mais duas tentativas:

-PROTEGO!

O escudo invisível bloqueava o tomate, e, toda vez agora, conseguia sentir a liberação de histamina para construção do escudo.

-PROTEGO!

Com essa, eu havia terminado a bateria de exercícios, com sucesso, mais um feitiço que eu tinha aprendido, refleti sobre isso, pensei no quão útil isso seria nos duelos, e me sentei, olhando as tentativas dos outros alunos, mas meus pensamentos estava longe...

Depois de todos terminarem, Harris nos dispensou, eu acenei para ele, e fui em direção ao castelo, um bom banho em um dia frio, e com molho de tomate em mim, seria perfeito.